Brasil: Carnaval
O Carnaval brasileiro é internacionalmente conhecido. Sua explosão de cores, calor e alegria chama a atenção de turistas de todas as partes do Brasil e do mundo. As comemorações tomaram tamanha proporção nas últimas décadas que o evento está na lista dos mais importantes na agenda do brasileiro.
O Carnaval é um período de festas regidas pelo ano lunar que tem suas origens na Antiguidade. Começava no dia de Reis (Epifania) e acabava na Quarta-feira de cinzas, às vésperas da Quaresma. O período do Carnaval era marcado pelo "adeus à carne" ou "carne nada vale" dando origem ao termo "Carnaval". Durante o período do Carnaval havia uma grande concentração de festejos populares. Cada cidade brincava a seu modo, de acordo com seus costumes. O Carnaval moderno, feito de desfiles e fantasias, é produto da sociedade vitoriana do século XIX. As cidades de Paris e Veneza foram os grandes modelos exportadores da festa carnavalesca para o mundo. Cidades como Nice, Nova Orleans, Toronto e Rio de Janeiro se inspiraram no Carnaval francês para implantar suas novas festas carnavalescas. Atualmente o Carnaval do Rio de Janeiro é considerado um dos mais importantes desfiles do mundo.
Existem várias formas de se festejar o Carnaval. Tudo depende de onde no Brasil você deseja estar na hora da folia. Na cidade do Rio de Janeiro acontecem os espetaculares desfiles das escolas de samba. A Avenida Marquês de Sapucaí abriga um grande “sambódromo”, onde grupos com cerca de cinco mil integrantes desfilam fantasiados, esbanjando alegria e cantando o samba-enredo de sua escola. Muitas cores, brilhos, plumas e paetês enfeitam as noites do Carnaval carioca, balançando a multidão presente nas arquibancadas e camarotes.
Na cidade de São Paulo, o cenário não é muito diferente da vizinha fluminense. Seguindo o embalo carioca, milhares de foliões seguem rumo ao “sambódromo” paulistano para prestigiar os desfiles das escolas de samba, suas músicas e suas grandiosas alegorias. Trazendo todos os anos alguma novidade para alegrar os olhos dos visitantes e espectadores, as escolas paulistas capricham no brilho e abusam do luxo na hora de se fantasiar.
Já na capital baiana – Salvador – o estilo é um pouco diferente. Os gigantescos e bem equipados trios elétricos arrastam pelas ruas milhões de animados carnavalescos, ao som da axé music. As diversas bandas passeiam pela cidade levando inúmeros foliões, que cantam e dançam até o sol raiar. Ali, a festa dura muito mais que os três dias oficiais; a folia começa uma semana antes, com o pré-carnaval, que serve de aquecimento para os mais animados.
Atualmente, não importa onde seja, nos famosos carnavais das mais famosas capitais do País ou nos bailes de clubes espalhados pelo interior, a estrutura para receber os visitantes se apresenta cada vez melhor. Grandes redes hoteleiras, pousadas, albergues e campings oferecem aconchegantes locais para um bom descanso depois da farra, atendendo a todos os gostos e bolsos. A área gastronômica também não deixa a desejar. É possível encontrar desde os mais sofisticados restaurantes às mais simples lanchonetes. E o mais importante, com pessoas sempre dispostas a bem atender, seja o morador local ou o turista.
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dezembro 30, 2007
dezembro 29, 2007
Os Ecossistemas do Brasil
Os Ecossistemas do Brasil
por Vera Imperatriz Fonseca e Francis Dov Por
O Brasil, ocupando um território de 8,5 milhões de km2 e situado em região tropical, é constituído por ambientes diversos, produtos da história geológica e da influência humana recente. Esses ambientes correspondem em princípio às províncias fitogeográficas descritas no início do século XIX por Carl F. P. von Martius, botânico que iniciou também a monumental Flora Brasiliensis. Os padrões sofreram alterações pela ação humana, mas são aceitos até hoje, quando modernas técnicas de sensoriamento remoto monitoram o meio físico brasileiro.
As várias regiões botânicas do Brasil foram chamadas pelo nome atribuído a elas pelos indígenas, pelos portugueses e pelos primeiros naturalistas. A Floresta Amazônica - a Hiléia do naturalista alemão von Humboldt, abrange os estados do Pará, Amazonas, Amapá, Acre, Rondônia e Roraima e está presente também em países vizinhos: Guianas, Suriname, Venezuela, Equador, Peru e Bolívia. No Brasil, ocupa aproximadamente 3,5 milhões de km2.
A bacia amazônica é formada por inúmeros rios de grande tamanho, carregando águas barrentas, águas pretas ou águas claras. Conhecida como abrigo da maior biodiversidade do mundo, a Floresta Amazônica é formada basicamente por matas de terra firme, que se encontram fora da influência direta dos rios, sem sofrer inundações; matas de várzea, alagadas pelos rios de água barrenta na estação das cheias; e matas de igapós, inundadas quase permanentemente por rios de água preta. Manchas de cerrado existem entre as florestas, assim como clareiras de vegetação pobre e campinas ou campinaras sobre as manchas de areias.
Milhares de espécies de peixes endêmicos são ligados à rede fluvial amazônica e atuam na reprodução das plantas que margeiam os rios. O endemismo amazônico é mundialmente conhecido e é especialmente rico em primatas, aves, abelhas, borboletas, peixes e outros animais. Destacam-se, entre outros, o sagüi-leãozinho, o menor primata do mundo, a preguiça real, a cotia preta, a pacarana, o peixe-boi, o boto cor de rosa, o uirapuru verdadeiro e o galo da serra.
Cerca de 40% do território brasileiro é formado pela Amazônia. O processo de colonização desta vasta região necessita de uma política apropriada de manejo sustentável, inclusive para evitar um dos seus grandes e atuais problemas, que é o das queimadas. Atualmente monitoradas todos os dias e sob constante vigilância, estas constituem-se em um dos problemas decorrentes do processo de colonização da parte sul da Amazônia e da necessidade do estabelecimento de uma política do uso do solo.
A seguir temos os cerrados, vegetação de savana, que já ocupou 25% do território brasileiro, no Centro-oeste do País e nos estados de Minas Gerais, Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e parte dos estados de São Paulo, Paraná, Maranhão e Piauí. O cerrado aparece em locais com solos profundos, pouco estratificados, lixiviados e pobres em resíduos orgânicos, geralmente do tipo latossolo. Uma estação seca de três a sete meses traz marcas à região, provocando o desaparecimento da vegetação herbácea, a queda de folhas dos arbustos de troncos tortuosos e cascas grossas. Uma das árvores do cerrado, o ipê (Tabebuia ochracea), foi declarada a árvore símbolo do Brasil.
Os rios de cerrado geralmente não secam, mantendo ao seu redor uma mata ciliar. O lençol subterrâneo passa a 15-20 metros de profundidade ou até mais. Atualmente, o cerrado tem sido utilizado para a agricultura de soja, com bastante sucesso, após melhorias em suas condições químicas. Sendo uma região aberta, tem uma fauna típica de mamíferos herbívoros, aves de chão e muitos répteis. O manejo do cerrado inclui o uso do fogo, e a vegetação é adaptada à sua passagem. Em um cerrado bem preservado as árvores atingem altura de 8 a 10 metros. Cerca de 2 milhões de km2 do território brasileiro são ocupados por cerrados. Devido ao sistema subterrâneo de suas plantas, ele se recompõe rapidamente após as freqüentes queimadas.
Encravado entre o cerrado e o chaco boliviano está o Pantanal, formado por enchentes dos rios da bacia do rio Paraguai. Trata-se de uma das áreas de maior potencial turístico do Brasil e da maior área alagável do mundo. Ocupa uma grande extensão, com cerca de 150 mil km2, na maior parte no Estado do Mato Grosso do Sul. São as riquíssimas populações de peixes, de aves e de mamíferos que caracterizam o Pantanal: os tuiuiús, as emas, as capivaras, as ariranhas, as onças etc. Entre os répteis destacam-se os jacarés e as sucuris.
A caatinga ou o sertão brasileiro é uma região semi-árida, muito seca, compreendendo parte dos estados da Bahia, Alagoas, Sergipe, Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do Norte, Ceará, Piauí e Maranhão. Ocupa cerca de 700 mil km2. O regime anual de chuvas na caatinga é imprevisível. Portanto é uma região muito adaptada à vida em condições de baixa umidade, com uma vegetação xerofítica típica. A caatinga sofreu grande devastação no passado, devido inclusive ao uso de lenha como combustível e à ausência de replantio. Os solos são freqüentemente rasos e muito pedregosos.
O ambiente de maior biodiversidade no Brasil e que se encontra sob a maior ameaça é a Mata Atlântica. Ocupando hoje cerca de 5% da área original, estimada em 1,5 milhões de km2, acompanha de perto o litoral brasileiro, do Rio Grande do Norte até o início de Rio Grande do Sul. Foi o primeiro ambiente a ser usado pelos colonizadores portugueses. O nome do país, Brasil, vem de uma árvore, o pau brasil (Cesalpinia echinata), explorada pelos indígenas e pelos colonizadores para extração de um pigmento vermelho.
Esta mata ainda pode ser larga em certos trechos, nos estados do Paraná e de Santa Catarina. Em outros locais ocupa principalmente a estreita faixa da escarpa atlântica, formada de rochas cristalinas. A Mata Atlântica é uma floresta pluvial montana, ocupando principalmente montanhas com altitudes de 800 a 1700 metros. Sofre a influência dos ventos marinhos, os alísios, que ao subirem a encosta da serra se resfriam, condensando-se e provocando a neblina da Serra do Mar. Chove então cerca de 2000mm por ano nesta serra; em algumas regiões, como em Boracéia (Estado de São Paulo), até 4000mm por ano. A umidade destas áreas vai depender da distância entre elas e o mar. Em algumas o frio noturno é considerável. Na Mata Atlântica, as temperaturas médias variam de 14° C a 21° C; a mínima absoluta, no Sul do País, pode chegar a -6° C. Temperaturas mais altas chegam a 35° C.
A grande umidade possibilita uma rica flora de musgos e samambaias, além de inúmeras epífitas, tais como orquídeas e bromélias. Algumas árvores, como o jequitibá rosa, chegam a 40 metros de altura. Palmeiras são comuns, destacando-se entre elas o palmito. As áreas mais altas apresentam os campos de altitude. Entre 300 e 800 metros de altitude há outro tipo de floresta, com árvores mais baixas, até 25 metros.
A rica fauna endêmica é caracterizada principalmente por borboletas multicolores, por sapos e pererecas, muitas espécies de aves e mamíferos silvestres. O muriqui (Brachyteles arachnoides), um gênero endêmico de primatas, é o maior macaco do continente. Há espécies de abelhas nativas importantes para a polinização do dossel, como a gurupu (Melipona bicolor).
Enquanto os vários tipos de lavouras e a indústria carvoeira causam a destruição da Mata Atlântica, as culturas do cacau aproveitam-se da cobertura vegetal. Atualmente em grave crise econômica e fitossanitária, esta lavoura está sendo alvo de programas conservacionistas que visam diminuir a destruição das matas para a venda de madeiras, promovida pelos fazendeiros em dificuldades financeiras. Uma Reserva da Biosfera da Unesco, recém-estabelecida, abrange áreas de alto grau de preservação da Mata Atlântica.
A mata de araucárias, floresta subtropical do Sul do País, já ocupou cerca de 15% do território brasileiro. Hoje está muito devastada, por se encontrar em área de grande desenvolvimento agrícola e industrial. O pinheiro Araucaria, a espécie caraterística, sofreu muito com os cortes pela indústria madeireira. Ainda ocorrem amostras da floresta com Araucaria nos estados de São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Muitas espécies desta floresta, tais como a samambaia xaxim, a gralha azul ou a jacutinga, chegaram hoje à beira da extinção. Os pinheiros ocorrem também em mosaico com a vegetação atlântica semi-decídua, nas áreas de transição.
No interior brasileiro, e tipicamente em rochas, existem muitas cavernas, ricas em formações geológicas e que abrigam uma interessante fauna de peixes e crustáceos cegos.
Outro importante ambiente é o manguezal, floresta de entremarés formada por poucas espécies de árvores, mas que tem um papel fundamental como fonte de alimentos para a fauna marinha. O Brasil é especialmente rico em manguezais, já monitorados por satélites. Ao lado destes, nos solos de aluviões arenosos, há freqüentemente uma vegetação de restinga, mata de baixo porte e arbustiva que ocupa terrenos arenosos.
Ocupando áreas territoriais menos expressivas mas ecologicamente relevantes, temos os campos rupestres, os cocais do Norte, os campos do Rio Grande do Sul, as praias arenosas e rochosas, entre outros ambientes que caracterizam e enriquecem o Brasil. Os arrecifes de Abrolhos, pequena área de arrecifes de corais, tem a maior taxa de espécies endêmicas de corais e de fauna marinha associada.
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por Vera Imperatriz Fonseca e Francis Dov Por
O Brasil, ocupando um território de 8,5 milhões de km2 e situado em região tropical, é constituído por ambientes diversos, produtos da história geológica e da influência humana recente. Esses ambientes correspondem em princípio às províncias fitogeográficas descritas no início do século XIX por Carl F. P. von Martius, botânico que iniciou também a monumental Flora Brasiliensis. Os padrões sofreram alterações pela ação humana, mas são aceitos até hoje, quando modernas técnicas de sensoriamento remoto monitoram o meio físico brasileiro.
As várias regiões botânicas do Brasil foram chamadas pelo nome atribuído a elas pelos indígenas, pelos portugueses e pelos primeiros naturalistas. A Floresta Amazônica - a Hiléia do naturalista alemão von Humboldt, abrange os estados do Pará, Amazonas, Amapá, Acre, Rondônia e Roraima e está presente também em países vizinhos: Guianas, Suriname, Venezuela, Equador, Peru e Bolívia. No Brasil, ocupa aproximadamente 3,5 milhões de km2.
A bacia amazônica é formada por inúmeros rios de grande tamanho, carregando águas barrentas, águas pretas ou águas claras. Conhecida como abrigo da maior biodiversidade do mundo, a Floresta Amazônica é formada basicamente por matas de terra firme, que se encontram fora da influência direta dos rios, sem sofrer inundações; matas de várzea, alagadas pelos rios de água barrenta na estação das cheias; e matas de igapós, inundadas quase permanentemente por rios de água preta. Manchas de cerrado existem entre as florestas, assim como clareiras de vegetação pobre e campinas ou campinaras sobre as manchas de areias.
Milhares de espécies de peixes endêmicos são ligados à rede fluvial amazônica e atuam na reprodução das plantas que margeiam os rios. O endemismo amazônico é mundialmente conhecido e é especialmente rico em primatas, aves, abelhas, borboletas, peixes e outros animais. Destacam-se, entre outros, o sagüi-leãozinho, o menor primata do mundo, a preguiça real, a cotia preta, a pacarana, o peixe-boi, o boto cor de rosa, o uirapuru verdadeiro e o galo da serra.
Cerca de 40% do território brasileiro é formado pela Amazônia. O processo de colonização desta vasta região necessita de uma política apropriada de manejo sustentável, inclusive para evitar um dos seus grandes e atuais problemas, que é o das queimadas. Atualmente monitoradas todos os dias e sob constante vigilância, estas constituem-se em um dos problemas decorrentes do processo de colonização da parte sul da Amazônia e da necessidade do estabelecimento de uma política do uso do solo.
A seguir temos os cerrados, vegetação de savana, que já ocupou 25% do território brasileiro, no Centro-oeste do País e nos estados de Minas Gerais, Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e parte dos estados de São Paulo, Paraná, Maranhão e Piauí. O cerrado aparece em locais com solos profundos, pouco estratificados, lixiviados e pobres em resíduos orgânicos, geralmente do tipo latossolo. Uma estação seca de três a sete meses traz marcas à região, provocando o desaparecimento da vegetação herbácea, a queda de folhas dos arbustos de troncos tortuosos e cascas grossas. Uma das árvores do cerrado, o ipê (Tabebuia ochracea), foi declarada a árvore símbolo do Brasil.
Os rios de cerrado geralmente não secam, mantendo ao seu redor uma mata ciliar. O lençol subterrâneo passa a 15-20 metros de profundidade ou até mais. Atualmente, o cerrado tem sido utilizado para a agricultura de soja, com bastante sucesso, após melhorias em suas condições químicas. Sendo uma região aberta, tem uma fauna típica de mamíferos herbívoros, aves de chão e muitos répteis. O manejo do cerrado inclui o uso do fogo, e a vegetação é adaptada à sua passagem. Em um cerrado bem preservado as árvores atingem altura de 8 a 10 metros. Cerca de 2 milhões de km2 do território brasileiro são ocupados por cerrados. Devido ao sistema subterrâneo de suas plantas, ele se recompõe rapidamente após as freqüentes queimadas.
Encravado entre o cerrado e o chaco boliviano está o Pantanal, formado por enchentes dos rios da bacia do rio Paraguai. Trata-se de uma das áreas de maior potencial turístico do Brasil e da maior área alagável do mundo. Ocupa uma grande extensão, com cerca de 150 mil km2, na maior parte no Estado do Mato Grosso do Sul. São as riquíssimas populações de peixes, de aves e de mamíferos que caracterizam o Pantanal: os tuiuiús, as emas, as capivaras, as ariranhas, as onças etc. Entre os répteis destacam-se os jacarés e as sucuris.
A caatinga ou o sertão brasileiro é uma região semi-árida, muito seca, compreendendo parte dos estados da Bahia, Alagoas, Sergipe, Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do Norte, Ceará, Piauí e Maranhão. Ocupa cerca de 700 mil km2. O regime anual de chuvas na caatinga é imprevisível. Portanto é uma região muito adaptada à vida em condições de baixa umidade, com uma vegetação xerofítica típica. A caatinga sofreu grande devastação no passado, devido inclusive ao uso de lenha como combustível e à ausência de replantio. Os solos são freqüentemente rasos e muito pedregosos.
O ambiente de maior biodiversidade no Brasil e que se encontra sob a maior ameaça é a Mata Atlântica. Ocupando hoje cerca de 5% da área original, estimada em 1,5 milhões de km2, acompanha de perto o litoral brasileiro, do Rio Grande do Norte até o início de Rio Grande do Sul. Foi o primeiro ambiente a ser usado pelos colonizadores portugueses. O nome do país, Brasil, vem de uma árvore, o pau brasil (Cesalpinia echinata), explorada pelos indígenas e pelos colonizadores para extração de um pigmento vermelho.
Esta mata ainda pode ser larga em certos trechos, nos estados do Paraná e de Santa Catarina. Em outros locais ocupa principalmente a estreita faixa da escarpa atlântica, formada de rochas cristalinas. A Mata Atlântica é uma floresta pluvial montana, ocupando principalmente montanhas com altitudes de 800 a 1700 metros. Sofre a influência dos ventos marinhos, os alísios, que ao subirem a encosta da serra se resfriam, condensando-se e provocando a neblina da Serra do Mar. Chove então cerca de 2000mm por ano nesta serra; em algumas regiões, como em Boracéia (Estado de São Paulo), até 4000mm por ano. A umidade destas áreas vai depender da distância entre elas e o mar. Em algumas o frio noturno é considerável. Na Mata Atlântica, as temperaturas médias variam de 14° C a 21° C; a mínima absoluta, no Sul do País, pode chegar a -6° C. Temperaturas mais altas chegam a 35° C.
A grande umidade possibilita uma rica flora de musgos e samambaias, além de inúmeras epífitas, tais como orquídeas e bromélias. Algumas árvores, como o jequitibá rosa, chegam a 40 metros de altura. Palmeiras são comuns, destacando-se entre elas o palmito. As áreas mais altas apresentam os campos de altitude. Entre 300 e 800 metros de altitude há outro tipo de floresta, com árvores mais baixas, até 25 metros.
A rica fauna endêmica é caracterizada principalmente por borboletas multicolores, por sapos e pererecas, muitas espécies de aves e mamíferos silvestres. O muriqui (Brachyteles arachnoides), um gênero endêmico de primatas, é o maior macaco do continente. Há espécies de abelhas nativas importantes para a polinização do dossel, como a gurupu (Melipona bicolor).
Enquanto os vários tipos de lavouras e a indústria carvoeira causam a destruição da Mata Atlântica, as culturas do cacau aproveitam-se da cobertura vegetal. Atualmente em grave crise econômica e fitossanitária, esta lavoura está sendo alvo de programas conservacionistas que visam diminuir a destruição das matas para a venda de madeiras, promovida pelos fazendeiros em dificuldades financeiras. Uma Reserva da Biosfera da Unesco, recém-estabelecida, abrange áreas de alto grau de preservação da Mata Atlântica.
A mata de araucárias, floresta subtropical do Sul do País, já ocupou cerca de 15% do território brasileiro. Hoje está muito devastada, por se encontrar em área de grande desenvolvimento agrícola e industrial. O pinheiro Araucaria, a espécie caraterística, sofreu muito com os cortes pela indústria madeireira. Ainda ocorrem amostras da floresta com Araucaria nos estados de São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Muitas espécies desta floresta, tais como a samambaia xaxim, a gralha azul ou a jacutinga, chegaram hoje à beira da extinção. Os pinheiros ocorrem também em mosaico com a vegetação atlântica semi-decídua, nas áreas de transição.
No interior brasileiro, e tipicamente em rochas, existem muitas cavernas, ricas em formações geológicas e que abrigam uma interessante fauna de peixes e crustáceos cegos.
Outro importante ambiente é o manguezal, floresta de entremarés formada por poucas espécies de árvores, mas que tem um papel fundamental como fonte de alimentos para a fauna marinha. O Brasil é especialmente rico em manguezais, já monitorados por satélites. Ao lado destes, nos solos de aluviões arenosos, há freqüentemente uma vegetação de restinga, mata de baixo porte e arbustiva que ocupa terrenos arenosos.
Ocupando áreas territoriais menos expressivas mas ecologicamente relevantes, temos os campos rupestres, os cocais do Norte, os campos do Rio Grande do Sul, as praias arenosas e rochosas, entre outros ambientes que caracterizam e enriquecem o Brasil. Os arrecifes de Abrolhos, pequena área de arrecifes de corais, tem a maior taxa de espécies endêmicas de corais e de fauna marinha associada.
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dezembro 26, 2007
Brasil: Lazer e Negócios
Brasil: Lazer e Negócios
por Gérard Bourgeaiseau
Poucos países oferecem tamanha quantidade e variedade de opções turísticas quanto o Brasil. Com suas dimensões continentais - mais de 8 milhões de km2 -, o país é o quinto do mundo em área, superado apenas pela Rússia, Canadá, Estados Unidos e China, e ocupa quase a metade da América do Sul. De Norte a Sul e de Leste a Oeste, suas distâncias - cerca de 4,3 mil quilômetros nos dois casos - são maiores que as de Nova York a Los Angeles e de Moscou a Lisboa, e abrigam ecossistemas tão contrastantes quanto a Floresta Amazônica e a Mata Atlântica, com suas florestas incrivelmente viçosas, o Cerrado e a Caatinga, com suas árvores tortuosas e paisagem que muda radicalmente de acordo com a estação do ano, e o Pantanal, com suas planícies que se enchem de água no período das cheias e dão origem a uma riquíssima cadeia de reprodução animal.
Cortado ao Norte pelo Equador e a Sudeste pelo Trópico de Capricórnio, o Brasil ocupa uma área equivalente a de 16 Franças, 23 Alemanhas ou 28 Itálias. Nessa extensão, quase toda localizada em zona intertropical e de baixa altitude, predominam temperaturas com médias superiores a 20o C. Para o turista, isto significa a possibilidade de desfrutar durante o ano inteiro de uma das centenas de praias que se espalham ao longo dos 7,4 mil quilômetros de uma costa privilegiada, com regimes de vento ideais para velejar e opções para todos os gostos: praias calmas e de areias brancas, praias de mar forte e ideais para surfistas, praias urbanas e de grande freqüência ou praias semi-selvagens, onde poucos já estiveram. Todas as praias, no Brasil, são públicas.
Dividido em cinco regiões geográficas - Norte, Nordeste, Centro-oeste, Sul e Sudeste -, o país oferece em cada uma opções turísticas muito diferenciadas. Embora todas tenham uma marca comum, que é a beleza natural do país, em cada uma há uma característica - algo que fala mais forte - que faz com que descobrir o Brasil seja uma aventura que percorre desde rios, vales e montanhas de rara beleza até um passado colonial e uma história que se inicia no século XVI.
Visitar o Norte do Brasil, por exemplo, significa conhecer a Amazônia, seus rios e sua floresta. Região formada pelos Estados do Acre, Amapá, Amazonas, Pará, Roraima, Rondônia e Tocantins, oferece opções que incluem principalmente passeios, pesca e alojamento no meio da floresta, mas também incluem conhecer cidades que floresceram no início do século XX, com a economia da borracha, como Manaus, no Amazonas. Significa, ainda, a possibilidade de conhecer uma região considerada pela Unesco como Patrimônio da Humanidade: a Serra da Capivara, no Pará, com pinturas rupestres que são relíquias de milhares de anos.
Quanto ao Nordeste, formado pelos Estados do Maranhão, Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Alagoas, Sergipe e Bahia, o que fala mais forte são as praias, onde o sol brilha o ano inteiro, e o mar - inclusive o do arquipélago de Fernando de Noronha -, onde o mergulho é atrativo à parte. O Nordeste abriga algumas das mais antigas cidades do Brasil, como Salvador, na Bahia, fundada pelos colonizadores portugueses em 1549 e primeira sede de governo brasileiro; Olinda, em Pernambuco, onde o governo do holandês Maurício de Nassau deixou fortes traços culturais; Fortaleza, no Ceará, onde as jangadas que cortam o mar são uma das marcas da cidade; e São Luís, no Maranhão, com a forte influência deixada por portugueses, principalmente na arquitetura, onde se destacam os azulejos em muitos dos prédios tombados.
No Centro-oeste, formado pelos estados de Goiás, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, fica Brasília Distrito federal e capital do Brasil. Construída com projeto do urbanista Lucio Costa e do arquiteto Oscar Niemeyer, Brasília foi inaugurada em 1960 e é, do ponto de vista urbanístico, uma das cidades planejadas mais importantes do mundo. Mas visitar o Centro-oeste também significa visitar uma região de contrastes: o velho - local para onde acorreram os bandeirantes, no século XVII, em busca de terras férteis e de ouro; e o novo - pois o grande impulso econômico e demográfico da região só veio com a implantação da nova capital, a partir de meados do século XX. E onde, ao lado do cenário formado por centenas de cavernas em torno de cidades como Bonito, no Mato Grosso do Sul, existe uma fauna e flora exuberantes nas cheias e vazantes do Pantanal e dos rios que nascem na Chapada do Guimarães, no Mato Grosso, dando origem ou alimentando algumas das maiores bacias hidrográficas do continente.
Embora tenha alguns dos vales e montanhas mais bonitos da Terra, muitos dos quais preservam nichos exuberantes de Mata Atlântica, a principal marca do Sudeste é o esplendor da cidade do Rio de Janeiro e a vida cultural e econômica das capitais. Formada pelos estados do Rio de Janeiro, São Paulo, Espírito Santo e Minas Gerais, a região é o centro financeiro do país e a sua parte mais industrializada, responsável por algumas das maiores concentrações urbanas do planeta. A cidade de São Paulo, por exemplo, tem mais de 9 milhões de habitantes - 16 milhões considerando-se o conjunto de cidades que formam a chamada Região Metropolitana de São Paulo - e, tal como o Rio de Janeiro, oferece ao turista enormes possibilidades em termos de infra-estrutura hoteleira, negócios, lazer e cultura. No Sudeste também ficam as cidades mineiras - como Ouro Preto e Congonhas do Campo, no estado de Minas Gerais, com o traçado urbano típico do passado colonial brasileiro. As duas cidades preservam obras de Aleijadinho, o maior escultor do país no período barroco, e são tombadas pela Unesco como Patrimônio da Humanidade.
Formado pelos estados do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul, o Sul, ao lado de algumas das praias mais bonitas do Brasil, oferece uma paisagem montanhosa, que atraiu muitos dos imigrantes europeus que se estabeleceram no país entre meados do século XIX e as primeiras décadas do século XX. Com forte influência alemã e italiana, a região guarda costumes da terra natal dos que a adotaram e oferece, na arquitetura, na culinária, nas festas, alguns dos laços culturais que a une às cidades de origem de seus habitantes. Além disso, é no Sul que fica uma das quedas d'água mais exuberantes do planeta: as cataratas do Iguaçu, consideradas pela Unesco, por sua beleza natural, como Patrimônio da Humanidade.
Descoberto em 1500, uma das marcas do Brasil, onde se fala o português brasileiro, é sua mistura racial e cultural: os portugueses, primeiros colonizadores, misturaram-se aos índios, habitantes milenares, e a eles somaram-se os negros africanos, que para cá foram trazidos na época da escravidão, abolida em 1888. A todos juntaram-se os imigrantes de mais de 50 países, que constituíram suas famílias na nova pátria. Essa miscigenação - mesmo com as marcas diferenciadas que deixou em cada região - é certamente uma das responsáveis pela amabilidade e pela gentileza do brasileiro, que acolhe com muita hospitalidade os que vêm conhecer ou visitar o Brasil. Esse povo, no passado, acolheu o imigrante; hoje, acolhe o turista, que com muita facilidade se sente em casa neste país.
Esta acolhida, combinada à arquitetura das épocas em que o país foi construído - Brasil Colonial (1500-1822), Brasil Imperial (1822-1889) e Brasil Republicano (desde 1889) - compõe os ingredientes que fazem do país um dos mais atraentes para o turismo. A eles soma-se a vocação do turismo intimamente ligado à natureza - da qual, aliás, vieram os nomes Terra Papagalis, terra dos papagaios, com que o país era citado nas antigas cartas de navegação, e Brasil, nome de uma árvore de madeira vermelha que se espalhava pela costa na época do descobrimento.
Com sua dimensão e a riqueza de seus recursos naturais, o Brasil é detentor de uma das maiores biodiversidades do planeta. Com seu clima e paisagens diversificadas, apresenta inúmeras alternativas para o turismo participativo, no qual os viajantes - e exploradores -, mais do que contemplar passivamente a natureza, realizam viagens que podem combinar lazer, esporte, aventura, cultura, estudo e trabalho, envolvendo os mais diversos interesses e atividades, como viagens de incentivo, caminhadas, cruzeiros, montanhismo, observação da flora e da fauna, fotografia, pesca esportiva e estudos na área da antropologia.
Uma das mais dinâmicas economias mundiais, o país está equipado com centros de convenções, com grandes espaços para exposições e infra-estrutura hoteleira para sediar congressos, feiras e convenções internacionais e mundiais - como fez na Conferência Rio-92, quando o Rio de Janeiro recebeu 122 chefes de Estado e 170 delegações oficiais, hospedando mais de 25 mil participantes durante duas semanas; e como vem fazendo de maneira crescente em decorrência da participação de brasileiros em instituições mundiais, em áreas como as de meio ambiente, saúde e engenharia, entre outras.
O país é servido pelas principais companhias aéreas e sua rede hoteleira é composta por empreendimentos nacionais e por algumas das maiores cadeias de hotéis do mundo. Com o fluxo de turistas em crescimento, oferece oportunidades em diversos setores tanto para os visitantes como para os que querem fazer investimentos no turismo. Aí, há oportunidades para investimentos na área náutica, com a construção de marinas; na área urbana, com a construção de hotéis, parques temáticos e outras instalações; e na construção e ampliação de resorts ou super-hotéis de lazer. O setor tem passado por expressivo crescimento no país.
Apesar do grande potencial para o desenvolvimento do setor, a participação do turismo no Brasil tem sido pouco representativa quando relacionada ao contexto mundial. Em 1995, a entrada de turistas estrangeiros representou 0,6% do movimento mundial. Com o objetivo de estimular o setor privado a investir na área, a Embratur, empresa de turismo ligada ao governo brasileiro, criou a Bolsa de Negócios Turísticos, com dois objetivos básicos: o redirecionamento dos investimentos e a diversificação dos pólos de turismo no país, com o aproveitamento racional das potencialidades de cada região.
O governo brasileiro apóia o desenvolvimento do turismo também com financiamentos, que se realizam por intermédio dos fundos de investimentos administrados pela Embratur, isoladamente ou em conjunto com a Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste (Sudene) e Superintendência do Desenvolvimento da Amazônia (Sudam). O apoio financeiro se dá em média na proporção de 40% a 65% do investimento total e os projetos precisam ter a aprovação da Embratur.
Para financiamentos de longo prazo, o apoio se dá por intermédio das linhas de crédito criadas pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), que financia, no âmbito nacional, investimentos destinados ao aprimoramento e à criação de novas atrações turísticas. O investimento do BID no Prodetur Nordeste (Programa de Desenvolvimento de Turismo da Região Nordeste) foi de US$ 400 milhões. O Prodetur Sudeste encontra-se ainda em fase de arregimentação. Há ainda os recursos do Fundo Constitucional de Financiamento do Norte (FNO), operado pelo Banco da Amazônia e voltado para empreendimentos de turismo ecológico na região Norte do país.
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por Gérard Bourgeaiseau
Poucos países oferecem tamanha quantidade e variedade de opções turísticas quanto o Brasil. Com suas dimensões continentais - mais de 8 milhões de km2 -, o país é o quinto do mundo em área, superado apenas pela Rússia, Canadá, Estados Unidos e China, e ocupa quase a metade da América do Sul. De Norte a Sul e de Leste a Oeste, suas distâncias - cerca de 4,3 mil quilômetros nos dois casos - são maiores que as de Nova York a Los Angeles e de Moscou a Lisboa, e abrigam ecossistemas tão contrastantes quanto a Floresta Amazônica e a Mata Atlântica, com suas florestas incrivelmente viçosas, o Cerrado e a Caatinga, com suas árvores tortuosas e paisagem que muda radicalmente de acordo com a estação do ano, e o Pantanal, com suas planícies que se enchem de água no período das cheias e dão origem a uma riquíssima cadeia de reprodução animal.
Cortado ao Norte pelo Equador e a Sudeste pelo Trópico de Capricórnio, o Brasil ocupa uma área equivalente a de 16 Franças, 23 Alemanhas ou 28 Itálias. Nessa extensão, quase toda localizada em zona intertropical e de baixa altitude, predominam temperaturas com médias superiores a 20o C. Para o turista, isto significa a possibilidade de desfrutar durante o ano inteiro de uma das centenas de praias que se espalham ao longo dos 7,4 mil quilômetros de uma costa privilegiada, com regimes de vento ideais para velejar e opções para todos os gostos: praias calmas e de areias brancas, praias de mar forte e ideais para surfistas, praias urbanas e de grande freqüência ou praias semi-selvagens, onde poucos já estiveram. Todas as praias, no Brasil, são públicas.
Dividido em cinco regiões geográficas - Norte, Nordeste, Centro-oeste, Sul e Sudeste -, o país oferece em cada uma opções turísticas muito diferenciadas. Embora todas tenham uma marca comum, que é a beleza natural do país, em cada uma há uma característica - algo que fala mais forte - que faz com que descobrir o Brasil seja uma aventura que percorre desde rios, vales e montanhas de rara beleza até um passado colonial e uma história que se inicia no século XVI.
Visitar o Norte do Brasil, por exemplo, significa conhecer a Amazônia, seus rios e sua floresta. Região formada pelos Estados do Acre, Amapá, Amazonas, Pará, Roraima, Rondônia e Tocantins, oferece opções que incluem principalmente passeios, pesca e alojamento no meio da floresta, mas também incluem conhecer cidades que floresceram no início do século XX, com a economia da borracha, como Manaus, no Amazonas. Significa, ainda, a possibilidade de conhecer uma região considerada pela Unesco como Patrimônio da Humanidade: a Serra da Capivara, no Pará, com pinturas rupestres que são relíquias de milhares de anos.
Quanto ao Nordeste, formado pelos Estados do Maranhão, Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Alagoas, Sergipe e Bahia, o que fala mais forte são as praias, onde o sol brilha o ano inteiro, e o mar - inclusive o do arquipélago de Fernando de Noronha -, onde o mergulho é atrativo à parte. O Nordeste abriga algumas das mais antigas cidades do Brasil, como Salvador, na Bahia, fundada pelos colonizadores portugueses em 1549 e primeira sede de governo brasileiro; Olinda, em Pernambuco, onde o governo do holandês Maurício de Nassau deixou fortes traços culturais; Fortaleza, no Ceará, onde as jangadas que cortam o mar são uma das marcas da cidade; e São Luís, no Maranhão, com a forte influência deixada por portugueses, principalmente na arquitetura, onde se destacam os azulejos em muitos dos prédios tombados.
No Centro-oeste, formado pelos estados de Goiás, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, fica Brasília Distrito federal e capital do Brasil. Construída com projeto do urbanista Lucio Costa e do arquiteto Oscar Niemeyer, Brasília foi inaugurada em 1960 e é, do ponto de vista urbanístico, uma das cidades planejadas mais importantes do mundo. Mas visitar o Centro-oeste também significa visitar uma região de contrastes: o velho - local para onde acorreram os bandeirantes, no século XVII, em busca de terras férteis e de ouro; e o novo - pois o grande impulso econômico e demográfico da região só veio com a implantação da nova capital, a partir de meados do século XX. E onde, ao lado do cenário formado por centenas de cavernas em torno de cidades como Bonito, no Mato Grosso do Sul, existe uma fauna e flora exuberantes nas cheias e vazantes do Pantanal e dos rios que nascem na Chapada do Guimarães, no Mato Grosso, dando origem ou alimentando algumas das maiores bacias hidrográficas do continente.
Embora tenha alguns dos vales e montanhas mais bonitos da Terra, muitos dos quais preservam nichos exuberantes de Mata Atlântica, a principal marca do Sudeste é o esplendor da cidade do Rio de Janeiro e a vida cultural e econômica das capitais. Formada pelos estados do Rio de Janeiro, São Paulo, Espírito Santo e Minas Gerais, a região é o centro financeiro do país e a sua parte mais industrializada, responsável por algumas das maiores concentrações urbanas do planeta. A cidade de São Paulo, por exemplo, tem mais de 9 milhões de habitantes - 16 milhões considerando-se o conjunto de cidades que formam a chamada Região Metropolitana de São Paulo - e, tal como o Rio de Janeiro, oferece ao turista enormes possibilidades em termos de infra-estrutura hoteleira, negócios, lazer e cultura. No Sudeste também ficam as cidades mineiras - como Ouro Preto e Congonhas do Campo, no estado de Minas Gerais, com o traçado urbano típico do passado colonial brasileiro. As duas cidades preservam obras de Aleijadinho, o maior escultor do país no período barroco, e são tombadas pela Unesco como Patrimônio da Humanidade.
Formado pelos estados do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul, o Sul, ao lado de algumas das praias mais bonitas do Brasil, oferece uma paisagem montanhosa, que atraiu muitos dos imigrantes europeus que se estabeleceram no país entre meados do século XIX e as primeiras décadas do século XX. Com forte influência alemã e italiana, a região guarda costumes da terra natal dos que a adotaram e oferece, na arquitetura, na culinária, nas festas, alguns dos laços culturais que a une às cidades de origem de seus habitantes. Além disso, é no Sul que fica uma das quedas d'água mais exuberantes do planeta: as cataratas do Iguaçu, consideradas pela Unesco, por sua beleza natural, como Patrimônio da Humanidade.
Descoberto em 1500, uma das marcas do Brasil, onde se fala o português brasileiro, é sua mistura racial e cultural: os portugueses, primeiros colonizadores, misturaram-se aos índios, habitantes milenares, e a eles somaram-se os negros africanos, que para cá foram trazidos na época da escravidão, abolida em 1888. A todos juntaram-se os imigrantes de mais de 50 países, que constituíram suas famílias na nova pátria. Essa miscigenação - mesmo com as marcas diferenciadas que deixou em cada região - é certamente uma das responsáveis pela amabilidade e pela gentileza do brasileiro, que acolhe com muita hospitalidade os que vêm conhecer ou visitar o Brasil. Esse povo, no passado, acolheu o imigrante; hoje, acolhe o turista, que com muita facilidade se sente em casa neste país.
Esta acolhida, combinada à arquitetura das épocas em que o país foi construído - Brasil Colonial (1500-1822), Brasil Imperial (1822-1889) e Brasil Republicano (desde 1889) - compõe os ingredientes que fazem do país um dos mais atraentes para o turismo. A eles soma-se a vocação do turismo intimamente ligado à natureza - da qual, aliás, vieram os nomes Terra Papagalis, terra dos papagaios, com que o país era citado nas antigas cartas de navegação, e Brasil, nome de uma árvore de madeira vermelha que se espalhava pela costa na época do descobrimento.
Com sua dimensão e a riqueza de seus recursos naturais, o Brasil é detentor de uma das maiores biodiversidades do planeta. Com seu clima e paisagens diversificadas, apresenta inúmeras alternativas para o turismo participativo, no qual os viajantes - e exploradores -, mais do que contemplar passivamente a natureza, realizam viagens que podem combinar lazer, esporte, aventura, cultura, estudo e trabalho, envolvendo os mais diversos interesses e atividades, como viagens de incentivo, caminhadas, cruzeiros, montanhismo, observação da flora e da fauna, fotografia, pesca esportiva e estudos na área da antropologia.
Uma das mais dinâmicas economias mundiais, o país está equipado com centros de convenções, com grandes espaços para exposições e infra-estrutura hoteleira para sediar congressos, feiras e convenções internacionais e mundiais - como fez na Conferência Rio-92, quando o Rio de Janeiro recebeu 122 chefes de Estado e 170 delegações oficiais, hospedando mais de 25 mil participantes durante duas semanas; e como vem fazendo de maneira crescente em decorrência da participação de brasileiros em instituições mundiais, em áreas como as de meio ambiente, saúde e engenharia, entre outras.
O país é servido pelas principais companhias aéreas e sua rede hoteleira é composta por empreendimentos nacionais e por algumas das maiores cadeias de hotéis do mundo. Com o fluxo de turistas em crescimento, oferece oportunidades em diversos setores tanto para os visitantes como para os que querem fazer investimentos no turismo. Aí, há oportunidades para investimentos na área náutica, com a construção de marinas; na área urbana, com a construção de hotéis, parques temáticos e outras instalações; e na construção e ampliação de resorts ou super-hotéis de lazer. O setor tem passado por expressivo crescimento no país.
Apesar do grande potencial para o desenvolvimento do setor, a participação do turismo no Brasil tem sido pouco representativa quando relacionada ao contexto mundial. Em 1995, a entrada de turistas estrangeiros representou 0,6% do movimento mundial. Com o objetivo de estimular o setor privado a investir na área, a Embratur, empresa de turismo ligada ao governo brasileiro, criou a Bolsa de Negócios Turísticos, com dois objetivos básicos: o redirecionamento dos investimentos e a diversificação dos pólos de turismo no país, com o aproveitamento racional das potencialidades de cada região.
O governo brasileiro apóia o desenvolvimento do turismo também com financiamentos, que se realizam por intermédio dos fundos de investimentos administrados pela Embratur, isoladamente ou em conjunto com a Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste (Sudene) e Superintendência do Desenvolvimento da Amazônia (Sudam). O apoio financeiro se dá em média na proporção de 40% a 65% do investimento total e os projetos precisam ter a aprovação da Embratur.
Para financiamentos de longo prazo, o apoio se dá por intermédio das linhas de crédito criadas pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), que financia, no âmbito nacional, investimentos destinados ao aprimoramento e à criação de novas atrações turísticas. O investimento do BID no Prodetur Nordeste (Programa de Desenvolvimento de Turismo da Região Nordeste) foi de US$ 400 milhões. O Prodetur Sudeste encontra-se ainda em fase de arregimentação. Há ainda os recursos do Fundo Constitucional de Financiamento do Norte (FNO), operado pelo Banco da Amazônia e voltado para empreendimentos de turismo ecológico na região Norte do país.
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dezembro 17, 2007
Viagem: Porto de Galinhas | Pernambuco - Brasil
Viagem: Porto de Galinhas | Pernambuco - Brasil
Localizado a 60km de Recife, no município de Ipojuca, o distrito de Porto de Galinhas tornou-se um dos destinos turísticos mais procurados no Brasil. As paisagens paradisíacas de suas dez praias e o sol presente o ano inteiro fazem desse lugar o destino ideal para quem quer relaxar ou praticar esportes como o mergulho e o surfe. As praias de Porto de Galinhas geralmente têm águas transparentes e calmas, coqueirais e areias finas e claras. A formação de piscinas naturais nas praias é a melhor opção para um banho de mar tranqüilo, principalmente para as crianças, que encontram nas águas diversas espécies de peixinhos coloridos. Os amantes de esportes como surfe, windsurfe e mergulho também encontram lugares perfeitos por lá. As praias de Muro Alto, Cupe e Maracaípe e a Ilha de Santo Aleixo oferecem as melhores opções, com suas ondas mais fortes e altas. Outra atração em Porto de Galinhas são os manguezais, que compõem quase 60km de vegetação nas praias do Pontal de Maracaípe e de Camboa. Os passeios pelo mangue podem ser feitos a pé ou em caiaques e jangadas dos guias locais. Ali podem ser vistas espécies como siris, ostras, caranguejos, aratus e guaiamus. Quem chega à região logo ouve falar também do baobá gigante. Trata-se de uma árvore com mais de 400 anos, localizada no distrito de Nossa Senhora do Ó. O baobá foi plantado por escravos e seu tronco é tão grosso que são necessárias 20 pessoas para conseguir abraçá-lo. De setembro a março as estrelas de Porto de Galinhas são as tartarugas-marinhas. As espécies chegam à região para desova e os ninhos ficam localizados entre a região do Pontal de Maracaípe e a praia de Muro Alto. Em cada ninho são depositados aproximadamente 120 ovos e o nascimento dos filhotes acontece à noite. Além das atrações do dia, Porto de Galinhas é puro charme também à noite. Um dos lugares mais visitados é a Vila de Todos os Santos, importante pólo gastronômico localizado na praia de Maracaípe. Lá estão as melhores opções para quem não dispensa a boa culinária. Para dançar, a dica são as boates e os bares de Porto de Galinhas, que geralmente têm bandas tocando ao vivo.
Atrações
Praias
Compras
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Localizado a 60km de Recife, no município de Ipojuca, o distrito de Porto de Galinhas tornou-se um dos destinos turísticos mais procurados no Brasil. As paisagens paradisíacas de suas dez praias e o sol presente o ano inteiro fazem desse lugar o destino ideal para quem quer relaxar ou praticar esportes como o mergulho e o surfe. As praias de Porto de Galinhas geralmente têm águas transparentes e calmas, coqueirais e areias finas e claras. A formação de piscinas naturais nas praias é a melhor opção para um banho de mar tranqüilo, principalmente para as crianças, que encontram nas águas diversas espécies de peixinhos coloridos. Os amantes de esportes como surfe, windsurfe e mergulho também encontram lugares perfeitos por lá. As praias de Muro Alto, Cupe e Maracaípe e a Ilha de Santo Aleixo oferecem as melhores opções, com suas ondas mais fortes e altas. Outra atração em Porto de Galinhas são os manguezais, que compõem quase 60km de vegetação nas praias do Pontal de Maracaípe e de Camboa. Os passeios pelo mangue podem ser feitos a pé ou em caiaques e jangadas dos guias locais. Ali podem ser vistas espécies como siris, ostras, caranguejos, aratus e guaiamus. Quem chega à região logo ouve falar também do baobá gigante. Trata-se de uma árvore com mais de 400 anos, localizada no distrito de Nossa Senhora do Ó. O baobá foi plantado por escravos e seu tronco é tão grosso que são necessárias 20 pessoas para conseguir abraçá-lo. De setembro a março as estrelas de Porto de Galinhas são as tartarugas-marinhas. As espécies chegam à região para desova e os ninhos ficam localizados entre a região do Pontal de Maracaípe e a praia de Muro Alto. Em cada ninho são depositados aproximadamente 120 ovos e o nascimento dos filhotes acontece à noite. Além das atrações do dia, Porto de Galinhas é puro charme também à noite. Um dos lugares mais visitados é a Vila de Todos os Santos, importante pólo gastronômico localizado na praia de Maracaípe. Lá estão as melhores opções para quem não dispensa a boa culinária. Para dançar, a dica são as boates e os bares de Porto de Galinhas, que geralmente têm bandas tocando ao vivo.
Atrações
- Engenho Gaipió
Praias
- Gamboa
- Muro Alto
- Cupe
- Porto de Galinhas
- Maracaípe
- Enseadinha
- Pontal de Serrambi
- Cacimbas
- Toquinho
Compras
- Artesanatos
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Marcadores:
+ Porto de Galinhas,
Destinos,
Estado Pernambuco,
Férias,
Pacotes,
Turismo,
Viagens
dezembro 14, 2007
Viagem: Costa do Sauípe | Bahia - Brasil
Viagem: Costa do Sauípe | Bahia - Brasil
A Costa do Sauípe é um dos mais bem estruturados complexos turísticos privados do Brasil. Está localizada a beira-mar, com seis agradáveis pousadas e cinco grandes hotéis, de alto padrão, administrados por redes internacionais. Dispõe de estrutura para a prática de diversas atividades esportivas, como quadras de tênis profissional, campo de golfe e centro náutico. Possui também espaços voltados para a realização de eventos e convenções de grande porte.
Conhecida pela natureza exuberante, a Costa do Sauípe localiza-se em área de proteção ambiental (APA). Para que os turistas conheçam as belezas naturais, são organizados passeios ecológicos na mata, nos rios e nas praias.
A Vila Nova da Praia é uma atração à parte na Costa do Sauípe. Sua arquitetura reproduz os típicos vilarejos baianos nas fachadas das casas, lojas e restaurantes. Lá, todo dia é possível conhecer mais sobre o folclore e as artes baianas em shows musicais, danças, mostras de artistas plásticos e oficinas de artesanato.
Na Vila, alimentação não é problema: quituteiras vendendo beijus e acarajés, restaurantes e barzinhos com mesas nas calçadas disputam a atenção dos visitantes. Para quem gosta de levar lembranças de viagem, há lojas variadas, oferecendo de produtos artesanais a sofisticadas jóias. Se precisar, o turista tem ao seu dispor tendas para massagens e até uma taróloga de plantão.
Como chegar
A Costa do Sauípe fica a 80 km do aeroporto de Salvador, que recebe vôos domésticos e internacionais.
O traslado do aeroporto é oferecido por todos os hotéis. O mais indicado é optar por pacotes oferecidos pelas agências de viagem, que já incluem as passagens aéreas de ida e volta, muitas vezes com preços mais baixos.
Para os mais aventureiros, há opções como os ônibus de linha, que ligam Salvador a Praia do Forte. Outra alternativa é pegar os ônibus exclusivos que levam até a Praia de Sauípe.
Principal rodovia de acesso (a partir de Salvador): BA-099 (Linha Verde)
Atrações
Foram construídos cinco tees de saída para jogadores de todos os níveis. O campo foi instalado em área de 66 hectares, com projeto assinado pelo grupo norte-americano JMP Golf Design, de renome internacional, e responde a todas as exigências técnicas para fazer parte do circuito de torneios internacionais. O percurso total do campo atinge aproximadamente 6.900 jardas, em que se inclui o driving range, com 300 jardas para a prática do swing, e um putting green, com aproximadamente 300 m² de ondulações bem trabalhadas, que recriam as características dos greens do campo. Como área de apoio aos jogadores, foi instalada uma Club House, equipada com pró-shop, bar e vestiários. Rod. BA-099 Km 76 s/n - Linha Verde - Mata de São João – Estado da Bahia.
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A Costa do Sauípe é um dos mais bem estruturados complexos turísticos privados do Brasil. Está localizada a beira-mar, com seis agradáveis pousadas e cinco grandes hotéis, de alto padrão, administrados por redes internacionais. Dispõe de estrutura para a prática de diversas atividades esportivas, como quadras de tênis profissional, campo de golfe e centro náutico. Possui também espaços voltados para a realização de eventos e convenções de grande porte.
Conhecida pela natureza exuberante, a Costa do Sauípe localiza-se em área de proteção ambiental (APA). Para que os turistas conheçam as belezas naturais, são organizados passeios ecológicos na mata, nos rios e nas praias.
A Vila Nova da Praia é uma atração à parte na Costa do Sauípe. Sua arquitetura reproduz os típicos vilarejos baianos nas fachadas das casas, lojas e restaurantes. Lá, todo dia é possível conhecer mais sobre o folclore e as artes baianas em shows musicais, danças, mostras de artistas plásticos e oficinas de artesanato.
Na Vila, alimentação não é problema: quituteiras vendendo beijus e acarajés, restaurantes e barzinhos com mesas nas calçadas disputam a atenção dos visitantes. Para quem gosta de levar lembranças de viagem, há lojas variadas, oferecendo de produtos artesanais a sofisticadas jóias. Se precisar, o turista tem ao seu dispor tendas para massagens e até uma taróloga de plantão.
Como chegar
A Costa do Sauípe fica a 80 km do aeroporto de Salvador, que recebe vôos domésticos e internacionais.
O traslado do aeroporto é oferecido por todos os hotéis. O mais indicado é optar por pacotes oferecidos pelas agências de viagem, que já incluem as passagens aéreas de ida e volta, muitas vezes com preços mais baixos.
Para os mais aventureiros, há opções como os ônibus de linha, que ligam Salvador a Praia do Forte. Outra alternativa é pegar os ônibus exclusivos que levam até a Praia de Sauípe.
Principal rodovia de acesso (a partir de Salvador): BA-099 (Linha Verde)
Atrações
- Praia da Barra do Rio Sauípe
- Natureza
- Cultura
- Saúde e beleza
- Compras
- Esporte
- Costa do Sauípe Golf Links
Foram construídos cinco tees de saída para jogadores de todos os níveis. O campo foi instalado em área de 66 hectares, com projeto assinado pelo grupo norte-americano JMP Golf Design, de renome internacional, e responde a todas as exigências técnicas para fazer parte do circuito de torneios internacionais. O percurso total do campo atinge aproximadamente 6.900 jardas, em que se inclui o driving range, com 300 jardas para a prática do swing, e um putting green, com aproximadamente 300 m² de ondulações bem trabalhadas, que recriam as características dos greens do campo. Como área de apoio aos jogadores, foi instalada uma Club House, equipada com pró-shop, bar e vestiários. Rod. BA-099 Km 76 s/n - Linha Verde - Mata de São João – Estado da Bahia.
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